Postado em: 06/11/2020 - Últimas Notícias

Lei de Informática fortalece ecossistema de inovação no Paraná

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Por meio da Aceleradora Sistema Fiep, indústrias investem em projetos de pesquisa e desenvolvimento. Crédito financeiro para os negócios é contrapartida

 

Até o ano passado, o Brasil ocupava o 66º lugar no Ranking Global de Inovação, medido por instituições ligadas à indústria americana, como a National Association of Manufacturers e o Manufacturing Institute. A análise feita pela Pesquisa de Inovação (PINTEC) do IBGE mostra que a quantidade de empresas inovadoras no país caiu para 33,6% no triênio 2015-2017 – antes disso, o índice era de 36%. Os obstáculos incluem a dificuldade em acessar linhas de crédito, oscilações na economia e poucas políticas relacionadas à pesquisa e desenvolvimento (P&D).

Mas há esforços para colocar o Brasil mais perto de cruzar a fronteira tecnológica. Um deles é a Lei de Informática (leis 8.248/91, 10.176/01, 11.077/04 e 13.023/14), que “dispõe sobre a política industrial para o setor de tecnologias da informação e comunicação”. A lei concede crédito financeiro para empresas do setor de tecnologia que investirem em atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação. O incentivo fiscal é especialmente útil para negócios baseados em hardware e automação, ferramentas importantes para a transformação digital.

Soluções para empresas beneficiárias

No Sistema Fiep, a área de Inovação e Tecnologia tem diferentes frentes de trabalho para auxiliar indústrias beneficiárias da Lei de Informática. Uma delas é a contratação de startups para projetos de P&D. “Temos recomendado e visto os resultados em empresas que lançam mão das startups para investir em P&D, uma vez que os projetos têm duração mais rápida do que com um instituto”, aponta Felipe Couto, gerente de Inovação e Produtividade do Sistema Fiep.

É aí que entram as startups aceleradas pela instituição, como a True Work. Contratada pela multinacional japonesa Furukawa para desenvolver um sistema de automação de testes em 2019, a startup já tem outros projetos em andamento dentro da contratante. Sergio Scarpin, gerente de Pesquisa & Desenvolvimento da Furukawa, destaca os benefícios desse tipo de parceria. “As startups podem ser uma fonte de recursos especializados em campos complementares aos da nossa empresa. Escolhemos aTrue Work pela experiência dos profissionais na área que precisávamos. Faz muito mais sentido buscar auxílio fora do que criar esse conhecimento altamente especializado dentro de casa”, analisa. A Azuba, outra startup incubada pela Aceleradora Sistema Fiep, também faz parte do ecossistema de inovação da Furukawa, desenvolvendo sistemas de visualização 3D para gerenciamento de infraestrutura de redes.

Amadurecimento

“Há não muito tempo, recebíamos diversas startups cruas demais, por vezes despreparadas, pensando em ganhar dinheiro com apenas uma ideia. As empresas também tinham expectativas irreais sobre a capacidade de inovação e velocidade das startups. Observamos um grande amadurecimento desse ecossistema nos últimos anos”, relata Scarpin.

A Aceleradora Sistema Fiep existe há nove anos e é uma das precursoras do relacionamento com startups no Paraná. Atualmente, tem 18 novos negócios sendo incubados – desde o início das atividades, cerca de 45 startups passaram pela Aceleradora. O objetivo da unidade é apoiar times inovadores no desenvolvimento de produtos e serviços, na estruturação de planos de ação e de negócios, e levantar potenciais investidores e clientes.

A Lei da Informática é um dos caminhos possíveis. “Observamos que a maioria das empresas beneficiárias da lei desconhece a possibilidade de contratação de startups com recursos. Adicionalmente, temos constatado que boa parte das empresas se habituaram a usar os mesmos parceiros em seus projetos de P&D, ou seja, poucas empresas buscam novos institutos e startups. Queremos ampliar essas relações”, conclui Felipe Couto.

Fonte: G1

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