Postado em: 17/06/2019 - Últimas Notícias

Para executivos brasileiros, inovação é o que vai garantir a sobrevivência das empresas

[:pb]Pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria aponta que, entre abril e maio, 66% dos dirigentes ouvidos disseram que a capacidade de investimento em tecnologia vai determinar o potencial competitivo de cada um nos próximos anos.

Rogério Junqueira, fundador da empresa Reciclapac. Foto: Chico Prado/CBN

Por: Chico Prado

“A biotecnologia é o futuro porque é muito mais amigável e vê o Brasil, por exemplo, como uma incrível fonte de biomassa. Então esse laboratório foi instalado no Brasil e nós temos vários projetos em andamento lá.” 

A convicção da presidente da Rhodia na América Latina é a mesma de 44% dos executivos brasileiros, ouvidos em uma pesquisa da CNI divulgada nesta segunda-feira. Em 2019, soluções inovadoras, por exemplo, para consumir menos energia já respondem, na média, por 20% do faturamento das empresas. Poderia ser mais.

Nos Estados Unidos, o preço da energia é um terço do custo praticado no Brasil.

Por isso, Daniela Manique acredita que o orçamento de cada empresa deve ter essa reserva para o futuro. Futuro que não escapa mais da inovação e que pode manter as empresas de pé.

“Não vai sobreviver a empresa que não seguir por esses caminhos. Hoje eu acho que é mandatório ter uma parte do seu orçamento destinada à inovação”, sentencia.

No laboratório, um produto químico criado a partir de pesquisas nem sempre é uma demanda do mercado brasileiro. Em muitos casos, apesar de ser uma plataforma local, a taxa de exportação chega a 80%.

Normalmente, uma encomenda bem detalhada, explica Daniela:

“Dentro dessa necessidade que o cliente apresenta, nós trabalhamos dentro dos laboratórios pra achar a solução mais adequada. (O cliente diz) eu preciso de um solvente que não tenha odor, seja possível de ser utilizado, por exemplo, para fins residenciais, seja um solvente amigável, mas que tenha um bom poder de limpeza pra limpar minha casa.”

No entanto, segundo o levantamento da CNI, apenas 6% dos entrevistados disseram que a indústria brasileira é muito inovadora.

O avanço nem sempre parte de quem já é grande. Em São Paulo, depois de quase três décadas trabalhando em uma montadora, Rogério Junqueira deixou a carreira pra trás e começou outra.

Há três anos, ele fundou a Reciclapac, uma pequena empresa de tecnologia. Com 13 funcionários, criou uma solução de rastreamento por chip para embalagens reutilizáveis, usadas para o transporte de peças automotivas, maquinários e equipamentos médicos.

O controle é pela tela do computador.

“Imagina o seguinte: eu tenho 10 mil embalagens e elas estão fora da minha empresa. Eu não sei quantas eu tenho, eu não estou enxergando. No momento que eu estou enxergando, eu não preciso mais da mesma quantidade de embalagens e posso comprar 30% a menos, por exemplo, porque eu vou estar enxergando. E o que eu enxergo, eu gerencio”, explica Junqueira.

Pouco mais da metade das empresas brasileiras que investem em tecnologia, dizem que colocaram a mão no bolso pra fazer isso. Para Gianna Sagazio, diretora de Inovação da CNI, o reflexo mais evidente do investimento público nos últimos anos.

“(Com) menos disponibilidade de linha de crédito, de subvenção econômica (aplicação de recursos públicos não reembolsáveis diretamente em empresas) para implementar os seus projetos de inovação, (as empresas) passaram a utilizar mais recursos próprios. E também há o que as empresas colocam das dificuldades burocráticas muitas vezes de conseguir recursos com as agências de financiamento e inovação”, analisa Gianna.

No fim de maio, uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União concluiu que, apesar dos investimentos em inovação feitos por agências de fomento do governo, falta planejamento de longo prazo.

Mesmo com a queda na produtividade da economia, o Brasil melhorou, subiu cinco posições e chegou ao lugar de número 64 entre 126 economias. Mas o avanço é relativo. Há menos de dez anos, o país ocupava a posição 47 no índice de inovação global.

Hoje o Brasil investe 1,27% do PIB em pesquisa, de acordo com dados de 2016, o que equivale a 40 bilhões e meio de dólares, 21 bilhões do orçamento público e outros 19 da iniciativa privada.

Fonte: CBN

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