Postado em: 17/07/2019 - Últimas Notícias

ABC vai exigir recursos do Rota 2030 para Centro de Ferramentaria

[:pb]Representantes das prefeituras, universidades, entidades do setor empresarial e sindicatos participaram na manhã desta segunda-feira (15/07), no Consórcio Intermunicipal, do primeiro encontro que visa colocar o ABC nos planos do governo federal para a implantação de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do setor de Ferramentaria, integrando o programa federal Rota 2030 que garante isenções às empresas que investirem em tecnologia. O projeto vai ser elaborado e levado aos governos do Estado e Federal até o fim de agosto, para conseguir abocanhar parte do montante de R$ 10 bilhões composto por créditos de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). A expectativa é de geração de 300 empregos diretos.

Outras regiões do estado também pleiteiam esse bolo, como São José dos Campos. O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB) foi incisivo ao cobrar a participação da região em uma pauta que envolve a cadeia produtiva da indústria automobilística. “No país não há polo concentrado como o nosso, além do peso, nenhuma empresa de outra região investiu tanto quanto as indústrias do ABC. Foram mais de R$ 2 bilhões de investimento na Volkswagen, R$ 1 bi na Scania e agora o anúncio de mais R$ 1,4 bi, na Mercedes, mais R$ 1 bilhão, ou seja, as indústrias estão passando por uma modernizando e ao fazer isso nos trazem a garantia de longevidade das plantas na região. Agora a General Motors, com o programa Inovauto que vai permitir volume de investimentos muito grande. O ABC exige, não podemos nos encolher, não é só estarmos aptos, temos direito. Não vamos nos diminuir para qualquer outra região do estado. Se (o governo federal) não trouxer para cá perderemos nosso direito”, disse o tucano.

O Consórcio tem que correr para entrar na disputa. Depois da reunião política desta segunda-feira, o órgão regional vai ter um encontro mais técnico na sexta-feira (19/07). Enquanto isso uma carta com todos os posicionamentos políticos e de entidades de classe, empresários e sindicalistas será apresentada ao ministério da Fazenda. O deputado estadual Paulo Nishikawa (PSL) também deve usar sua proximidade com o presidente Jair Bolsonaro para levar o pleito do ABC.

A intenção é mostrar que o investimento no ABC vale à pena. Um estudo que mostra economicamente os resultados a curto prazo também vai engrossar o dossiê que vai para Brasília. “O que estamos trabalhando é um movimento para exigir a participação do ABC neste conselho em que vai ser tomada esta decisão, esse é o primeiro passo, estamos aptos para isso, temos direito. Com relação ao crédito acumulado de ICMS, já foi construída uma articulação para mostrar para o governo estadual que a cada R$ 1 que devolve para as empresas volta R$ 1,50 em seis meses. Fizemos uma conta reversa da liberação destes recursos. O que tem disponível são R$ 10 bilhões, valor que muda a cada dia. O que se tem de prático é o decreto do ano passado que institui o mecanismo de devolução deste capital, que na pratica não é do estado, é das empresas. É uma decisão política de regulamentar para esse dinheiro voltar para o mercado”, disse o diretor de Programas e Projetos do Consórcio, Giovanni Rocco.

Apesar da amplitude da proposta e de serem diretamente beneficiadas, as montadoras não mandaram representantes ao consórcio. O secretário executivo da entidade regional, Edgard Brandão disse que isso não é um problema. “A ideia foi reunir as entidades, as montadoras são as maiores interessadas, hoje o evento foi de entidades”. Ainda de acordo com Brandão, a intenção é enviar à Capital Federal uma missão composta dos sete prefeitos da região. “A presença dos prefeitos lá será fundamental. Vamos nos reunir no início de agosto. Tem esses 15 dias para formatar e pedir audiência nas primeiras semanas de agosto”, relatou.

O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Roberto Nogueira da Silva, o “Bigodinho”, elogiou o encontro no Consórcio e disse que a garantia dos empregos passa pelo fortalecimento da indústria, que por sua vez precisa resgatar a importância do ferramenteiro.  “Nos anos 90 esse setor se sucateou por conta da abertura do mercado e a falta de proteção. Ao longo dos últimos cinco anos temos discutido o setor para incluir esta pauta na agenda do governo. O gargalo passa pela formação, os ferramenteiros envelheceram, porque deixou-se de formar novos profissionais, mas consegue recuperar desde que tenha investimento envolvendo setores de pesquisa e universidades. A importância é que todos tem que estar juntos; precisa ter o agente do governo federal e estadual neste debate, para termos uma indústria forte, uma grande locomotiva que vai puxar outros setores”, analisa.

Rota 2030 

A Rota 2030 é um regime de políticas para a incentivar a produtividade no setor automotivo brasileiro – que representa cerca de 25% da economia do país. A iniciativa prevê um crédito de R$ 1,5 bilhão ao ano para as montadoras.

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Com informações do Repórter Diário[:]


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